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O que acontece com a Riley em The Last of Us?
O episódio 7 de The Last of Us foi brutal (como vários outros anteriores! Socorro). Não à toa ele se chama “O que deixamos para trás”.
Nele, descobrimos um pouco mais sobre a história da Ellie (Bella Ramsey) antes de se juntar a Joel (Pedro Pascal) e somos apresentados à Riley, interpretada pela Storm Reid.
Atenção. Este artigo contém spoilers!
No episódio anterior, Ellie e Joel acabaram em uma situação muito difícil. Joel foi atingido por uma estaca de madeira durante a chegada na universidade onde os vagalumes estariam realizando pesquisas e Ellie poderia ajudar por conta de sua condição “imune” ao cordyceps.
No entanto, os pesquisadores que estavam por ali foram para outro lugar e, quando Ellie e Joel se dão conta disso e se retiram do local, um grupo de pessoas chega e os ataca.
Enfim, o episódio terminou com o desespero de Ellie tendo que lidar com uma situação iminente de perda.
Porém, não foi o que aconteceu e, neste episódio 7, vimos que ela arrastou Joel até uma cabana e está desesperada à procura de algo que possa ajudá-los a tratar o ferimento.
Em meio ao caos de sentimentos da personagem, The Last of Us nos presenteia mais uma vez e mergulha em outra história de fundo para apresentar um pouco do passado de Ellie, antes do encontro com Joel e Tess.
Como resultado, ficamos contentes em deixar Joel morrendo por mais um tempo enquanto mergulhamos nessa história.
Como era Ellie antes de Joel?
No flashback, Ellie está na escola militar da FEDRA, causando problemas e brigando. No entanto, por baixo de seu exterior duro, ela ainda é uma criança muito vulnerável, preocupada com seu futuro e buscando orientação num mundo em ruínas.
Vale dizer que a história deste episódio se baseou na DLC (conteúdo extra do jogo de videogame) intitulada “Left Behind” e na HQ “The Last of Us: American Dreams”.
Depois de ser deixada pela melhor amiga e companheira de quarto, Ellie passa a se defender sozinha do bullying sofrido, mas é levada para a direção da escola por conta do “mau comportamento”, que aparentemente, não é a primeira vez.
O diretor diz que ela pode usar suas habilidades para se desenvolver e se tornar uma liderança no local quando crescer e ela se anima com a ideia.
Mas tudo muda quando Riley, sua companheira de quarto, reaparece durante a noite, depois de duas semanas desaparecida. No final, em vez de escolher entre FEDRA e os Vaga-lumes, Ellie escolhe amar.
Riley leva Ellie para um paraíso adolescente – um shopping abandonado onde a eletricidade ainda funciona – e as duas começam a ter o encontro mais doce e maravilhoso que duas adolescentes nas ruínas da civilização podem imaginar.
Elas brincam nas escadas rolantes, andam no carrossel para uma versão contemplativa de “Just Like Heaven“, tiram fotos bobas em uma cabine de fotos e dançam com máscaras de Halloween.
O episódio 7 é repleto de indícios de seus sentimentos uma pela outra, com Ellie arrumando o cabelo nervosamente e olhando para Riley enquanto cavalgam em seus cavalos pintados no carrossel.
As duas discordam sobre suas lealdades conflitantes, especialmente quando Ellie encontra uma pilha de explosivos que Riley pretende usar contra a FEDRA, mas elas priorizam uma à outra.
O episódio é um romance apocalíptico adolescente queer em miniatura, e faz você querer saborear cada momento.
Até não ser mais tão divertido assim.
Perto do fim, muitas coisas acontecem muito rapidamente.
Riley solta uma bomba: os vagalumes decidiram transferi-la para Atlanta, e esta é sua última noite em Boston. Ellie a convence a não ir, mas elas são atacadas por um estalador. Qualquer esperança que elas tivessem de continuar suas vidas juntas é abruptamente interrompida.
O que aconteceu com Riley em The Last of Us?
Contudo, algo que parece ser uma constante em The Last of Us é que nossa paz, tranquilidade e satisfação dura pouco. Muito pouco mesmo.
Ellie e Riley conseguem lutar contra o infectado e acabam matando ele. Porém, a adrenalina nem diminui ainda e Ellie percebe a mordida em seu braço. Ela mal tem tempo para se desesperar antes de Riley levantar a mão e mostrar que também foi mordida.
As duas choram, Ellie quebra as coisas no fliperama e as duas discutem suas últimas opções. Elas optam por não desistir, escolhendo viver até que a infecção assuma o controle.
Aparentemente, esta é a última vez que vemos a Riley.
Até aqui, sabemos que Ellie é imune à doença causada pelo fungo cordyceps, mas além dela, não há notícias de mais ninguém imune. A partir disso, podemos deduzir o que acontece com Riley.
No videogame, ela morre com a infecção, o que provavelmente é um destino mais misericordioso do que viver como uma infectada.
Ao menos temos uma certeza: a de que ela viveu cada momento até o fim com Ellie.
Nesta semana, a Isabela Boscov fez um comentário muito interessante e acredito que vale a pena compartilhar aqui. Ela comentou que por mais global que seja a ruína que aconteceu e está aconteceu em The Last of Us, o apocalipse é sempre vivido e apresentado por cada personagem de maneira única.
E esse personagem, na série, se torna o centro emocional no qual a ação será desenvolvida. Mesmo quando há cenas de contextos mais gerais, é através da perspectiva de um personagem que viemos a conhecer o entorno.
Em nenhum momento a série faz uso de um narrador onisciente para contar essa história. Tudo o que sabemos e conhecemos deste mundo, nos foi contado a partir do ponto de vista de alguém que lá está inserido.
Essa é justamente a razão pela qual nós não vemos a transformação da Riley ou a Ellie sendo obrigada a matar ela. No episódio 7, nós vemos a fonte através da emoção que está tomando conta da Ellie enquanto ela tenta salvar o Joel.
Nós não vemos aquilo que ela não está preparada para discutir ou revelar.