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Conheça 5 autoras de terror que vão mudar a sua vida!
Todos nós sabemos (pelo menos aqueles de nós que querem saber) a enorme influência que as mulheres tiveram no gênero de terror. Nós basicamente inventamos ele. Porque o horror é o gênero da transgressão – e as mulheres, aquelas que cruzam gênero e raça conhecem o horror de serem empurradas para as margens da sociedade e serem chamadas de monstros quando revidam. O horror é sobre o trauma e como lidamos com ele enquanto seres humanos.
Pensando nisso, reunimos nesta lista cinco autoras e suas principais obras que demonstram como essas mulheres inventam e reinventam o terror a cada nova história. Infelizmente, a maioria deles ainda não foi traduzida para o português e esta é uma oportunidade para dar maior visibilidade a estes livros e quem sabe num futuro não muito distante eles estejam circulando mais por aqui também.
Toni Morrison
A primeira autora que trago aqui é Toni Morrison. A escritora nasceu em 1931, em Ohio, nos Estados Unidos, se formou em letras pela Howard University e em 1993 recebeu o prêmio Nobel de literatura. É conhecida por obras como O Olho Mais Azul (1970), Canção de Salomão (1977), Jazz (1992), entre outros. Porém, hoje a nossa indicação como primeira leitura é de Amada.
Amada é muitas coisas, mas também é um romance de terror. O livro lida com os impactos psicológicos da escravidão e narra como isso afeta os personagens Sethe, sua filha Denver e os outros homens e mulheres negros libertados que ainda estão lidando com todas as suas perdas. Sethe e Denver vivem em sua casa em Cincinnati, assombrada por um fantasma, que eles acreditam ser o fantasma da filha mais velha de Sethe, morta pela própria mãe. O personagem de Sethe foi inspirado em Margaret Garner, uma escrava de Kentucky que matou sua própria filha para impedir que ela fosse escravizada mais uma vez. À medida que o livro avança, o fantasma eventualmente assume a forma humana como de uma jovem chamada Amada.
O romance é assustador, principalmente, na maneira como Morrison é capaz de explorar a dor visceral que os personagens sentem. É um texto de horror profundo e psicológico, pois ao mesmo tempo em que trabalha o elemento sobrenatural também está inserido em um contexto histórico não muito distante de nós.
Helen Oyeyemi
Helen Oyeyemi é uma autora britânica, mais conhecida por White Is for Witching e Boy, Snow, Bird. Esses dois livros são a maneira que a autora encontrou de expandir a aparência do horror como a gente conhece. White Is for Witching é uma história “neogótica” que gira em torno de Miranda e Eliot Silver, gêmeos fraternos de ascendência haitiana criados em uma casa britânica assombrada por gerações de membros da família aflitos e deslocados, incluindo sua mãe. É uma expansão do gênero de casas assombradas góticas e é realmente arrepiante.
Oyeyemi sabe muito bem como transmitir experiências negras e propor releituras de muitos clássicos, com Boy, Snow, Bird sutilmente baseada no conto de fadas Branca de Neve e inspirada no livro Passing, de Nella Larson. Ela combina os dois em uma recriação sombria do clássico conto de fadas, enquanto lida com o medo e o horror da América do Norte dos anos 50.
Oyeyemi é uma excelente escolha se você deseja um horror mais realista ou que tenha os eventos sobrenaturais como pano de fundo.
Jewelle Gomez
A autora Jewelle Gomez é de origem afro-americana com ascendência Ioway e Wampanoag e é considerada uma das principais vozes do afrofuturismo. A descobri através do romance de vampiros The Gilda Stories. Muito parecido com Entrevista com um vampiro, a obra apresenta a vida de um vampiro, um escravo fugitivo que tem mais de duzentos anos. Gomez também infundiu na história uma perspectiva feminista negra e lésbica, tornando a obra a parceira perfeita na cabeceira para o livro Carmilla.
Octavia E. Butler
Octavia E. Butler não precisa do nosso aval, mas se você não leu os romances Parable of the Sower (1993) e Parable of the Talents (1998), não sabe o que está perdendo.
“Situada na década de 2020, onde a sociedade entrou em colapso devido às mudanças climáticas, crescente desigualdade de riqueza e ganância corporativa, Parable of the Sower se concentra em uma jovem chamada Lauren Oya Olamina, que possui o que Butler chamou de hiper-empatia, uma capacidade de sentir dor e outras sensações que testemunha. Quando adolescente, crescendo nos remanescentes de um condomínio fechado perto de Los Angeles, ela começa a desenvolver um novo sistema de crenças, que ela chama de “Earthseed” (semente da terra).
A autora também é conhecida por obras como Ritos da Maioridade (1988), Mind of My Own (1977), Survivor (1978) e muito (muitos!) outros.
Gillian Flynn
Gillian Flynn é autora de sucessos como Garota Exemplar e Objetos Cortantes, ambos adaptados para o cinema e para a Tv.
Embora a escritora não seja comumente considerada como produtora do gênero do horror, suas histórias estão repletas de elementos que flertam com o modelo, como crimes, psicopatia, sentimentos humanos levados ao extremo, entre outros.
Sobretudo, a autora trabalha com histórias contadas do ponto de vista feminino e suas personagens são construídas de forma complexa, propondo narradores em quem não podemos confiar plenamente. Essa desconfiança brinca com os nossos sentidos e com as certezas impostas na sociedade como verdades absolutas.
Mary Shelley
Não podemos falar de horror sem mencionar Mary Shelley. A autora abriu portas para que muitas histórias pudessem contadas e para que muitas mulheres pudessem expor suas visões de mundo e suas perspectivas a respeito da própria produção literária.
Frankeinstein (1818) mudou os rumos da narrativa fantástica moderna e lançou novos horizontes para o horror, que até então se aproximava do gótico de Ann Radcliffe e Horace Walpole.
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