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No sétimo episódio de A Casa do Dragão vimos o funeral de Laena Velaryon, o reencontro de Daemon e Rhaenyra após longos anos e muitas tensões familiares, Aemond montar Vhagar, uma briga de crianças (vale lembrar que estamos falando de GoT, então, foi trágico!) e um embate feroz entre Alicent e Rhaenyra.
Vamos aos fatos!
Funeral de Laena Velaryon
O funeral de Laena Velaryon, e mais especificamente a reunião pós-funeral, reúne todo o elenco de personagens desde o início, incluindo alguns que não se veem há anos, como Rhaenyra e Daemon.
É um encontro onde todos olham de um lado para outro, para amigos e inimigos, e a câmera se mistura entre eles como um convidado extremamente atento.
É difícil dizer precisamente quanto tempo se passou desde a morte de Laena – talvez alguns dias – mas foi o suficiente para os vários Targaryens dispersos descerem até Driftmark e trazerem com eles suas habilidades geneticamente terríveis.
Fizemos algumas descobertas.
- Otto Hightower é novamente Mão do Rei, apesar de estar longe da corte há uma década.
- Então, aparentemente, os planos de Larys Strong deram certo, já que Harwin é confirmado morto.
- E, Jacaerys sente que todos deveriam estar no enterro da família Strong.
- Aegon está noivo de sua irmã Helaena, que sussurra canções e profecias para aranhas e geralmente evita conversar.
- A mente de Viserys está se desgastando, bem como seu corpo degradante – inclusive, neste episódio, ele chama Alicent de “Aemma”.
Apesar de estarmos acompanhando o desenrolar da série de maneira um tanto acelerada, o cuidado em lidar com as questões importantes é evidente.
Aqui, nós vemos, desde o início do capítulo, como diferentes personagens lidam com o luto ou mesmo com a sua ideia.
Em um momento, Corlys Velaryon conversa com Lucerys e anuncia que ele será o senhor de Driftmark um dia, mas o menino rebate dizendo que quando isso acontecer é porque todos já estarão mortos.
Nós sabemos que a Dança dos Dragões foi um longo período sangrento em Westeros, por isso, o início deste episódio é tão importante como um prenúncio de mortes que ainda estão por vir.
- Leia também: Quando a Casa Targaryen foi para Westeros?
Aemond monta Vhagar
A longa e deliciosa cena da conexão de Aemond com Vhagar faz a coisa certa em levar o tempo que fosse necessário em tela.
Por todas as razões óbvias, A Casa do Dragão teve que ser grande com seus dragões, e Vhagar, o maior prêmio de todos, teve que ser exibido em toda a sua glória para que entendêssemos os riscos corridos por Aemond nessa investida.
Vhagar é enorme, gigantesco, um dragão que poderia fazer brinquedos de outros dragões, pelo menos duas vezes o tamanho dos Caraxes de Daemon e Syrax de Rhaenyra. (Veja abaixo o infográfico para compreender um pouco sobre o tamanho dos dragões.) Ela também é uma guerreira célebre, originalmente montada pela irmã/esposa de Aegon I, Visenya, durante a Conquista de Westeros.
Com o pequeno Aemond nas costas, seu tamanho é ainda mais aparente. Embora já tenhamos visto um dragão antes, esta é a primeira vez que nos é mostrado o perigo inerente de subir em uma fera como Vhagar e levá-la para um passeio.
Como Laena explicou à filha no episódio seis desta temporada, o dragão deve escolher o cavaleiro, mas o cavaleiro também deve provar seu valor. Sair no escuro (extremo) e confrontar um animal que pode derreter armaduras estabelece a boa-fé de Aemond, e o fato de ele aguentar todos os seus mergulhos e escaladas solidifica a equipe que está formada pelos dois.
Conflito entre as crianças herdeiras: um olho por um dragão
A nova conquista de Aemond não passa despercebida pelas outras crianças. Vhagar era montada por Laena Velaryon, que acabara de falecer em um parto terrível. É completamente compreensível que suas filhas estejam furiosas e se sintam lesadas neste momento.
Vhagar aparentemente dá a Aemond um impulso de confiança. O Targaryen que até então vimos com certa simpatia, sobretudo, em contraste com seu irmão, Aegon, é agora um idiota do mais alto nível.
O furor de Baela e Rhaena sobre Vhagar é justificado – eles acabaram de perder a mãe, e agora esse pedaço dela vai voar com um principezinho mimado que eles não conhecem muito bem.
Além disso, há o fato adicional do estado sem dragão de Rhaena. Ela pode ter acreditado que Vhagar passaria naturalmente para ela. E a briga que eclode dessa confusão é decididamente instigada por Aemond, apesar do fato de ele estar em menor número e não ter uma arma.
Jacaerys pode puxar uma faca, mas o olhar no rosto de Aemond enquanto ele segura aquela pedra sobre a cabeça de Lucerys tem uma estranha semelhança com o rosto de seu tio Daemon quando ele bateu na cabeça de Rhea, sua antiga esposa. É uma expressão de triunfo, como se ele tivesse que infligir crueldade a outra pessoa para garantir seu novo senso de si mesmo.
A coreografia aqui é impecável. A cena também é um espelho inteligente de como os adultos lidam com as mesmas acusações e ofensas proferidas ali.
Rhaenyra e Daemon se reencontram
Vamos fazer uma pequena pausa aqui para abordar o reencontro de Rhaenyra e Daemon.
Não podemos deixar de notar a belíssima cena gravada utilizando o recurso técnico day for night – no qual os takes são gravados na luz do dia, mas as imagens são tratadas para que se pareça noite.
“Eu sei melhor do que ninguém que o nosso casamento é uma farsa”, confidencia a princesa para Daemon a respeito de sua união com Laenor Velaryon. Rhaenyra compreende também que, após o falecimento de Laena, ele será ainda menos útil em sua jornada até o trono.
Esse encontro é o prelúdio de uma proposta que Rhaenyra trará ao tio para proteger sua sucessão. Além disso, há uma continuidade para algo interrompido há muito tempo entre os dois.
Rhaenyra e Alicent: um olho por um olho?
O pior aconteceu e, como resultado da briga entre as crianças, Aemond perdeu um olho em um ataque de Lucerys.
Quando Viserys insiste que Rhaenyra repita o “insulto vil” que Aemond lançou em seu filho, Alicent assume que ela terá Rhaenyra encurralada, que uma vez que a princesa diga em voz alta que a linhagem de seus filhos foi questionada, Viserys terá que contar publicamente com isso.
Sim, a crise de legitimidade está tomando forma.
Mas o rei agora não passa de um peão. Alicent o cutuca em uma direção, e então Rhaenyra o empurra novamente. Sua solução é pedir a todos que apertem as mãos, façam as pazes, deixem o passado para trás, como se a guerra iminente fosse uma invenção do delírio.
Alicent não se contenta com o julgamento do rei e, afirmando que “se o rei não cumprirá a justiça, a rainha irá”, ela parte para cima de Rhaenyra com a adaga de aço valiriano (sim, a famosa, que matou o rei da noite). Rhaenyra responde que Alicent já foi longe demais e a rainha devolve:
O que eu fiz, além do que era esperado? Eternamente apoiando o reino, a família, a lei. Enquanto você a tudo despreza como deseja. Onde está o dever? O sacrifício? Esmagados debaixo de seus belos pés, novamente…
Com esta fala, é claro todos os anos de repressão de vontades e desejos que Alicent suprimiu. Rhaenyra percebe o movimento e responde dizendo que deve ter sido exaustivo se esconder atrás de um ‘manto de retidão’ por tanto tempo, mas agora todos podem ver quem ela realmente é.
Rhaenyra termina com o braço ferido pela adaga e Viserys, em mais uma tentativa que sabemos ser fracassada, afirma que o conflito deve terminar ali.
Novas alianças
Rhaenyra e Daemon planejam uma união (e, para nossa surpresa, Laenor está envolvido no plano). No entanto, fico imaginando o que poderia ser da série e da nossa experiência ao assistí-la se não soubéssemos que o corpo carbonizado na lareira não era Laenor.
Imagine se não tivéssemos visto Laenor e Qarl remando em direção a Essos, onde viverão felizes com o ouro de Daemon. Imagine se House of the Dragon desacelerasse, só um pouco, e nos deixasse viver na incerteza…