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Sweet Tooth é uma história incrível e poderosa de sobrevivência em um mundo de escombros
Sweet Tooth é uma das séries mais ‘coração quentinho’ da Netflix.
Sem dúvida alguma, foi uma surpresa boa em meio à expectativa de mais uma série sobre um futuro distópico apocalíptico onde a humanidade é assombrada por um vírus altamente contagioso e letal que a coloca em meio a disputas políticas e naturalização do absurdo.
Com a sociedade levada ao limite de sua humanidade, diferente de The Last of Us, que promete o fim certo a cada episódio (só para citar uma comparação inevitável neste momento), Sweet Tooth entrega lições importantes sobre o poder da confiança na comunidade e nas pessoas.
Histórias ambientadas em futuros distópicos
Depois de passar por uma pandemia global, ainda não nos cansamos de histórias ambientadas em futuros distópicos.
Desde Um Lugar Silencioso, The Handmaid’s Tale, The Walking Dead e seus inúmeros subprodutos, Hollywood continua produzindo futuros sombrios cheios de déspotas teocráticos, pessoas sedentas por sangue e barris de lixo em chamas intermináveis que constroem uma paisagem urbana sombria devastada pela guerra.
É neste contexto que surge Sweet Tooth, uma adaptação dos quadrinhos da DC de Jeff Lemire.
A série se passa 10 anos depois do ‘Grande Colapso’, onde uma praga altamente contagiosa chamada de ‘flagelo’ dizimou boa parte da população mundial. Enquanto a doença avançava devastando o mundo, inúmeros bebês misteriosamente começam a nascer híbridos, metade animal, metade humanos. A principal questão que a história explora é qual a conexão entre o flagelo e as crianças híbridas.

As autoridades culpam os híbridos pela praga e, então, se instaura uma caçada interminável contra essas crianças. Enquanto tudo isso acontece, conhecemos Gus (Christian Convery), um bebê meio humano meio veado que cresceu com seu pai (Will Forte) em um vale escondido na Floresta do Parque Nacional de Yellowstone. Os dois se mantiveram escondidos de qualquer outro contato humano por 10 anos, até que a falsa segurança é interrompida quando um grupo de caçadores descobre o esconderijo dos dois.
Os acontecimentos que ocorrem depois mudam completamente a vida de Gus que, após viver sozinho por algum tempo, se junta a Tommy Jepperd (Nonso Anozie), um sobrevivente solitário que salva Gus de alguns caçadores. Juntos, eles partem em uma jornada rumo ao Colorado em busca da mãe de Gus, Birdie, encontrando no caminho perigos inesperados, aventuras e desafios que fazem com que a gente se apegue cada vez mais a essa amizade.
Sweet Tooth foi idealizada antes da pandemia de COVID-19
Curiosamente, o piloto de Sweet Tooth foi filmado antes da pandemia, em maio e junho de 2019 e, de um jeito estranho, prevê algumas medidas muito parecidas com as que também adotamos durante a quarentena e depois, como máscaras, verificações de temperatura e muito álcool gel.
A série continuou a ser filmada na Nova Zelândia graças ao enfrentamento agressivo que o país adotou contra a COVID-19, que garantiu que a situação por lá não saísse do controle como vimos em muitos outros países, inclusive no Brasil.
Talvez seja exatamente essa experiência de ter sido gravada no único país seguro do mundo durante uma pandemia global, que concedeu à série seu tom otimista e sincero. Embora Sweet Tooth não ignore a morte e a destruição que o futuro distópico tenha trazido, a perspectiva da série é leve e esperançosa mesmo quando os assuntos são pesados.
A produção evita a paleta de cores dessaturadas aparentemente obrigatórias para histórias do gênero.
Ao invés disso, investe em cores quentes e paisagens incrivelmente naturais, brilhantes e exuberantes. Os detalhes são muito bem trabalhados, desde os bebês híbridos até a narração em tom de contação de história fornecida por Josh Brolin.
Em parte conto de fadas e em parte fábula, Sweet Tooth troca o niilismo por compaixão e empatia em mudanças de ritmos necessárias para contar a história como se propõe: de maneira leve, mas não menos grave.
Reimaginar o apocalipse como aventura familiar é uma ideia completamente nova que deve boa parte do sucesso de sua experiência ao carisma de Convery, que entrega a Gus uma inocência infantil e um poço profundo de empatia da audiência. Anozie também brilha como Jep, e a série faz um trabalho incrível em acertar o limite entre o doce e o cínico.
Enquanto Sweet Tooth constrói um mundo perigoso para crianças como Gus, nunca perde de vista a sua humanidade. E é aqui que está seu trunfo!
A 2a temporada tem sua estreia confirmada!
A Netflix anunciou o retorno da série para a 2a temporada, que tem estreia marcada para 27 de abril de 2023.
Além disso, o TVLine divulgou as primeiras imagens!






